Projeto, criado pelo Festival de Arte Digital, chega a capital mineira no final deste mês e ocorre até o fim de abril propondo uma programação robusta, com oficinas, simpósios, exposições que repercutem os impactos das linguagens híbridas e da tecnologia digital na sociedade contemporânea.

A Bienal de Arte Digital, evento idealizado e realizado pelo Festival de Arte Digital (FAD), conta com uma programação que inclui a realização de simpósios, performances, oficinas e exposições de obras de 20 artistas originários de diversos países, promovendo a discussão a respeito dos desafios e impactos das “linguagens híbridas” no mundo contemporâneo por meio da combinação de criações artísticas e experimentais que exploram da tecnologia para desenvolver seus conceitos, pensamentos e reflexões sobre a sociedade na contemporaneidade. Criada e estruturada com a finalidade de integrar uma agenda nacional com o objetivo de resgatar e valorizar a arte em um contexto mais profundo na atualidade, a Bienal de Arte Digital chega a BH depois de uma bem-sucedida passagem pelo Rio de Janeiro, onde ocupou a sede do Centro Cultural Oi Futuro durante os meses de fevereiro e março. Agora chegou a vez de Belo Horizonte, cidade onde nasceu o FAD, receber a programação da 1a Bienal de Arte Digital, entre os dias 26 de março e 29 de abril. A abertura oficial da Bienal será promovida no Museu de Arte da Pampulha, que também receberá grande parte da programação.

As exposições da Bienal ocuparão diferentes espaços artísticos da capital, como, por exemplo, a mostra intitulada “Linguagens Híbridas”, que se inicia na noite de abertura do dia 26, às 20h, no MAP. A Casa Fiat de Cultura e a Casa do Baile também receberão exposições em suas instalações a serem inauguradas nos dias 28 e 29 de março, respectivamente, às 19h30, contando com uma seleção de obras e criações dos artistas selecionados.

Na Casa Fiat de Cultura ficarão expostas as obras da brasileira Ana Moravi e do estadunidense Mark Klink. Em Faces (2016-2017), Klink explora as expressões faciais como linguagem fundamental da experiência humana, mais que as linguagens falada ou escrita, pois, antes de

aprender signos e outras formas de comunicação, “lemos rostos”. Já na videoinstalação Antarabava (2016), Ana Moravi evoca o estado de transitoriedade das experiências humanas através dos gestos, o equilíbrio frágil entre integridade e estilhaçamento dos sentidos. A abertura na Casa Fiat de Cultura, no dia 28 de março, contará, também, com uma conversa entre alguns dos curadores da Bienal, Pablo Gobira e Marina Gazire, às 19h30, com mediação do professor, pesquisador e artista, Andre Mintz. Pablo Gobira é professor doutor de pós- graduação em Artes na Escola Guignard e Marina Gazire é professora de Comunicação no Centro Universitário Una e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, tendo se dedicado às pesquisas sobre arte e feminismo.

A Casa do Baile receberá no dia 29, às 19h30, uma performance de abertura promovida pelo Coletivo Barragem que também participa da exposição com a sua obra Barragem, um convite a questionar e a refletir a respeito do desgaste dos recursos naturais e da relação humana com o ambiente, que estará disponível para apreciação enquanto obra após a performance. Ainda, o brasileiro Rodrigo Ramos apresenta Espelho Sonoro, uma obra que utiliza de uma releitura artístico-tecnológica de um localizador sonoro-acústico utilizado durante a Primeira Guerra Mundial que propõe um mapeamento sonoro e streaming com a intenção de proporcionar uma experiência imersiva nas paisagens sonoras da cidade. O espaço de inovação e tecnologia Atmosphera, receberá, de 26 de março a 29 de abril, a curadoria da Bienal de Arte Digital através de trabalhos selecionados para serem exibidos no Painel de LED na recém-inaugurada fachada do espaço.