A escrita não-criativa é super criativa. A escrita NÃO-criativa é apenas uma provocação? Artistas são provocadores? Duchamp (um artista criativo) era bastante não-criativo. Carlos Drummond de Andrade – o poeta mais criativo de todos os tempos – escreveu um poema chamado Leitura em Diagonal das Páginas Amarelas: nele, o poeta enumera – em uma grande lista – itens úteis e inúteis que podem ser encontrados nas páginas amarelas da Lista Telefônica. O poeta norte-americano Kenneth Goldsmith escreveu uma série de livros em que transcreve boletins meteorológicos, de trânsito e de esportes. Angélica Freitas escreveu poemas usando a ferramenta autocompletar do Google e assim, infinitamente, escritores e artistas se apropriam da imensa nuvem de informação disponível no mundo virtual e off-line para desenvolver seus trabalhos.

No nosso curso de escrita N-Ã-O Criativa vamos conhecer um pouco as origens desse conceito (por que ele foi criado? contra o que e contra quem? a favor de quem?) e vamos praticar alguns exercícios de escrita que, resumidamente, baseiam-se na lei básica de Lavoisier: na natureza – na literatura – nada se cria tudo se transforma e se copia.

FLÁVIA PÉRET é escritora e professora de literatura. É mestre em Estudos Literários pela UFMG, estudou Literatura Latino-americana na Universidade de Buenos Aires (UBA) e é doutoranda em Educação na UFMG, com uma pesquisa sobre escrita e formas políticas de resistência. Participou do programa Rumos de Literatura, na categoria Crítica Literária (2010/2011), promovido pelo Itaú Cultural e foi vencedora do Prêmio Folha Memória – Programa de Orientação de Pesquisa em História do Jornalismo Brasileiro, organizado pelo jornal Folha de São Paulo (2010). Publicou os livros História da Imprensa Gay no Brasil (Publifolha, 2011), 10 Poemas de Amor e de Susto(Edição independente, 2013), A outra noite (Edição independente, 2015) e Uma mulher (Edição independente+Guayabo, 2017). Seu próximo livro, Os patos, está no prelo e sairá pelo Selo Leme em colaboração com o Estúdio Guayabo. Desde 2009, atua como arte-educadora no campo da palavra e suas interseções com a imagem.

TANDE CAMPOS é arquiteto; foi curador das Exposições Visibilidades e EU para a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, sobre a produção dos coletivos do ProJovem; foi o primeiro residente do Área Criativa Centro Cultural implantado em Pedra Azul, MG, financiado a partir de edital da FUNARTE; foi professor da Oi Kabum escola de arte e tecnologia. Em 2017 fez design gráfico e expografia para a exposição Cartografia Sonora no Espaço do conhecimento da UFMG, participou do projeto Exposição Catástrofe financiado pelo Rumos Itaú Cultural, e desenvolveu, junto com Flávia Péret os trabalhos umamulher.og e FMNSM.

Jovens e Adultos

Interessados em desenvolver trabalhos de arte com tecnologias digitais