BOMBYX CHRYSOPEIA
Joe Davis em colaboração com Tara Gianoulis e Mariko Kasuya da Universidade de Genética de Harvard e Hideki Sezutsu do Instituto Nacional de Ciências Agrobiológicas em Tsukuba (Japão)
Joe Davis in collaboration with Tara Gianoulis and Mariko Kasuya at Harvard Genetics and Hideki Sezutsu at the Japanese National Institute of Agrobiological Sciences in Tsukuba (Japan)
obra | work
Na Bombyx chrysopoeia nos criamos um Bicho-de-seda (Bombyx mori) modificado geneticamente. Esses Bichos-de-seda produzem seda que contém silicateína, uma proteína biomineralizada extraida da esponja marinha (Tethya aurantia). A esponja usa silicatina para formar o endoesqueleto de sílica (vidro) à partir do ácido silícico, a forma mais abundante de sílica solúvel na água do mar.
Nos bichos-de-seda modificados, o gene da silicatina é fundido com um gene da fibroína, a proteína principal da seda. Neste experimento aproveitamos o fato de que a silicateína é uma proteína promíscua e absorve outros metais se não houver sílica no meio circundante. A seda produzida pelo bicho-de-seda geneticamente modificado são primeiramente “desgomadas”, um processo tradicionalmente usado para remover a sericina, um revestimento de cera que aparece naturalmente na seda. As fibras da seda são então tratadas com um agente quelante para remover vestígios de metal acumulados pela proteína híbrida no processo de construção do casulo.
Finalmente, as sedas transgênicas são expostas a soluções contendo metais pesados dissolvidos. Como resultado, essas fibras de seda absorvem metais selecionados, como ouro ou platina. Com este método, muitos outros metais e compostos metálicos podem agora ser integrados com sedas silicatadas para produzir fibras com materiais de propriedades sem precedentes tanto para a arte como para a ciência.
Estes podem ter uma série de aplicações. Uma possibilidade é que as sedas geneticamente modificadas possam ser utilizadas para absorver radionuclídeos e outras substâncias nucleares presentes em acidentes como o de Chernobyl e Fukushima. Ao mesmo tempo, a noção de que os bichos-de-seda podem ser criados com a capacidade de tecer sedas compostas de ouro metálico recorda episódios de magia e lendas que marcaram a nossa história. Confiamos na arte para trazer os sonhos à luz e, nesse sentido, nossos bichos-de-seda criam um outro tipo de tecido fino.
In Bombyx chrysopoeia, we have created genetically modified silk moths (Bombyx mori). These silk moths produce silks containing silicatein, a biomineralizing protein drawn from the marine sponge, Tethya aurantia. The sponge uses silicatein to form its silica (glass) endoskeleton from silicic acid, the most abundant form of soluble silica in seawater.
In our silk moths, the gene for silicatein is fused with a gene for fibroin, the principal protein in silk. Here, we take advantage of the fact that silicatein is a promiscuous protein, and will sequester other metals if there is no silica in surrounding media. Silks spun by our genetically modified silkworms are first “degummed,” a process traditionally employed to remove sericin, a waxy coating that naturally appears on all silks. Fibers are then treated with a chelating agent to remove any traces of metal accumulated by fusion protein in the process of cocooning.
Finally, transgenic silks are exposed to solutions containing dissolved heavy metals. As a result, these silk fibers integrate selected metals such as gold or platinum. With this method, many other metals and metal compounds may now be integrated with silicateinized silks to produce fibers with unprecedented material properties for both art and science.
These may have a number of applications. One possibility is that genetically modified silks could be used to take up radionuclides and other reactor meltdown by products at nuclear accident sites like Chernobyl and Fukushima. At the same time, the notion that silk worms can be created with an ability to spin silks integrating metallic gold recalls episodes of magic and legend that reach deep into history. We rely on art to bring dreams to light and in this sense, our silk moths evoke another kind of fine fabric.
bio
Ana Moravi é realizadora e pesquisadora. Vive e trabalha em Belo Horizonte com vídeo, cinema, música e arte-educação. Integra o Colégio Invisível Produtora Audiovisual na qual atua como diretora, roteirista e produtora.Arte e Tecnologia da Imagem na EBA/UFMG. Formação em arte educação na FAE.
Ana Moravi is a director and researcher. She lives in Belo Horizonte, where she works with video, cinema, music and art education. She is a member of the Colégio Invisível Produtora Audiovisual where she works as a director, screenwriter and producer. Art and Image Technology at EBA / UFMG. Training in art education at FAE / UEMG.