Qual a importância do hibridismo para a arte?

O hibridismo na arte pode significar muitas coisas. No caso do FAD o nosso foco está na  interdisciplinaridade, nas possibilidades de convergência entre os mais diversos saberes e a produção artística, mas sem que a arte tenha que se adequar aos esquematismos e dogmas de outras áreas do conhecimento. No entanto é importante ressaltar que há muito dogmatismo nas imagens teóricas da arte, principalmente no sentido de colocá-la como aprendizagem de uma habilidade funcional. Penso que a arte é muito mais uma experiência de encontro, que se dá em diferentes superfícies e na criação de outras paisagens. Portanto o conceito de hibridismo, nesse sentido, é muito bem-vindo.

O que a Bienal de Arte Digital pode trazer para o Brasil?

O mais importante é dar visibilidade à produção artística brasileira e promover o intercâmbio com o que vem sendo produzido no mundo. Vemos que a arte digital vem ganhando espaço, mas ainda é pouco. Sabemos que isso não é um problema exclusivo da arte digital, pois o investimento em arte e cultura no Brasil está muito abaixo do desejável.

Como a arte digital pode ser uma alternativa de acessibilidade para a população em geral?

A arte digital utiliza uma infinidade de suportes tecnológicos que hoje já fazem parte do dia-a-dia das pessoas: celulares, tablets, notebooks… Boa parte dessa produção artística pode ser acessada na internet gratuitamente sob a forma de vídeos ou sites interativos por exemplo. Com a popularização dos aparatos de realidade virtual esse cenário promete ficar cada vez mais interessante, tanto para os artistas como para quem busca a arte digital. No entanto a arte digital não está limitada à esses suportes e nem mesmo ao formato instalação ou videomapping. Temos visto obras que operam numa multiplicidade de suportes, inclusive biológicos.